Vindos de todos os estados do nordeste
a procura de melhoria de vida, deixavam seus parentes, entravam na selva
amazônica e alguns nunca mais voltavam a sua terra natal. Outros vinham como
soldados da borracha. O Ministério da
Guerra que realizou o chamamento, recrutamento, treinamento e encaminhamento de
milhares de nordestinos para os seringais da Amazônia no ano de 1942, no
aclamado esforço de guerra brasileiro que tinha a finalidade de enviar a
borracha extraída pelos seringueiros à máquina de guerra dos E.U.A. Esses
combatentes nunca receberam seus salários. Uma grande parte desses soldados da
Borracha morreram no campo de batalha, tendo contra eles a malária, na época
conhecida com paludismo (existem quatro tipos de paludismo humano—Plasmodium
vivax, P. malariae, P. ovale e P falciparum. As formas P. vivax e P. falciparum
são as mais correntes, sendo a P. falciparum o tipo de infecção palúdica mais
fatal. O paludismo por P. falciparum é o mais frequente na África a sul do
Sara, sendo responsável em grande parte pela extremamente alta mortalidade nesta
região) ceifou a vida de muitos deles. Outros foram devorados pelas feras,
como: Onça pintada, onça preta (jaguatirica)onça vermelha, canguçú da mão torta.
As serpentes venenosas, como: papagaia, periquita boia, pico de jaca, jararaca
açú, salamandra, caninana e muitas outras mais. Sem falar de alguns patrões
(coronéis), que vendiam tão caro seus produtos que os seringueiros não
conseguiam pagar o que compravam e sempre ficavam presos pelas dívidas. Outros
patrões quando um seringueiro tirava saldo, pagava e mandava o capanga
(jagunço) (pistoleiro) o matar pegar o dinheiro de volta e jogar o corpo nos
grutiõs (terra alta com um vale em baixo coberto pela vegetação), eram comidos
pelos urubus. Os decentes dos coronéis que agiam dessa forma, se envergonham de
seus antepassados.